Guimarães Rosa

João Guimarães Rosa

"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) no dia 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca Guimarães Rosa e Florduardo Pinto Rosa.
Guimarães, com menos de 7 anos começou a estudar francês sozinho. Somente com a chegada do Frei Canísio Zoetmulder, frade franciscano holandês, pode iniciar o holandês e prosseguir com o francês sobe a supervisão do frade.
Terminou o primário no grupo escolar Afonso Pena; em Belo Horizonte, para onde tinha se mudado antes dos 9 anos. Iniciou o curso secundário no colégio Santo Antônio, em São João Del Rei, onde ficou por pouco tempo, por não ter conseguido se adaptar.
Ao voltar para Belo Horizonte se matriculou no colégio Arnaldo, de padres alemães e imediatamente, iniciou o estudo do alemão, que em pouco tempo aprendeu. Era um poliglota. E respondeu a uma entrevista assim:
“Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porem, estudando por divertimento, gosto e distração.”
Em 1925, com apenas 16, se matriculou na faculdade de medicina da Universidade de Minas Gerais. Segundo um colega, Dr. Ismael de Faria, no velório de um estudante, em 1926, Guimarães Rosa