guerrilha do araguaia

Este texto visa estabelecer relações entre o movimento armado de resistência à ditadura conhecido como Guerrilha do Araguaia com a temática principal: A incompatibilidade entre a Lei de Anistia e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos.

1 Contexto histórico da Guerrilha do Araguaia

A Guerrilha do Araguaia foi um movimento armado de resistência à Ditadura, que se instalou no Brasil com o golpe militar de 1964. Formada primordialmente por militantes do Partido Comunista do Brasil, se fixou às margens dos Rios Araguaia, Vermelho e Itaipava no sudeste do estado do Pará, de modo a criar uma força guerrilheira de resistência e, a partir daquele local, iniciar uma revolução capaz de derrubar a Ditadura.
1.1 Objetivo da guerrilha

Como já visto, a história aponta que o ideal do movimento foi “criar um exército de resistência guerrilheiro e, através da ação armada, derrubar a ditadura militar” (FLORIANO, 2012, p.51). Há entretanto uma corrente minoritária, de visão militarista, que aponta para um motivo divergente. Segundo estes, a guerrilha era “em suma, um levante armado de inspiração marxista que pretendia desencadear uma guerra popular revolucionária no Brasil, partindo do campo para a conquista das cidades.” (STUDART, 2006, p.16). Entretanto, vale ressaltar que esta versão não é a adotada pela grande maioria dos pesquisadores, que indicam a resistência armada como o real objetivo dos guerrilheiros.

1.2 Quem eram os guerrilheiros?

A guerrilha era formada por militantes do Partido Comunista do Brasil que, por inconformados com a repressão e as atrocidades cometidas pelo governo, resolveram deixar suas casas e abandonar suas famílias para residir na selva e lutar por seus ideais. Reunidos, formaram um efetivo de 69 integrantes1. Em maioria, estudantes e “profissionais liberais” fizeram parte do grupo, sem hesitar em sobreviver nas mais severas e hostis condições que a vida em uma floresta tropical pode oferecer. Segundo relatos,