Guerras e guerreiros na idade media
"No decorrer dos séculos IV e V, o exército passa a ocupar uma posição cada vez mais importante dentro do Império. Por duas razões: pela insegurança geral do período - época de invasões generalizadas de bárbaros, guerras civis e prolongadas guerras externas; por sua ingerência no processo de escolha do Imperador." (p. 11)
"Aclamações pelos soldados, de seus generais mais populares como imperadores, passam a ser fatos corriqueiros. Várias vezes, comandantes-em-chefe de exércitos sediados em diferentes regiões do Império rebelam-se com o apoio de seus soldados, e procuram conquistar o trono imperial, simultaneamente. E mesmo os chamados Imperadores lírios que, a partir 285, tentam pacificar o Império reordenando-o, não passam na verdade, de comandantes militares, que baseiam seu poder na lealdade de seus soldados." (p. 11)
"Estas tentativas de fazer com que o exército romano voltasse a ter sua antiga eficiência como instrumento bélico, tiveram um sucesso bastante modesto. Seu resultado foi agravar os problemas do Império, quem em franca decadência de suas estruturas econômicas foi obrigado a manter um grande exército, que por seu lado não conseguiu voltar a contar com a eficiência e profissionalismo de tempos atrás." (p. 13)
"Ocorreu portanto, um duplo processo de barbarização do exército, um interno e outro externo, com respeito ao Império. E se pensarmos que estes elementos, que provinham destas regiões menos romanizadas, vinham na verdade, principalmente das províncias fronteiriças, nas quais os contatos com os germânicos eram diários e bastante estreitos, teremos um panorama concreto de um movimento quase total de germanização do exército romano." (p. 14)
"Ocorre que, desde os finais do século IV, torna-se uma prática comum por parte da administração imperial fornecer