Guerras religiosas na França
O desenvolvimento do Humanismo no Renascimento permitiu o florescimento de um pensamento crítico e individualista e é um fator importante para o surgimento de uma corrente da Reforma na França, embora outros fatores devam ser considerados - a ignorância do clero, a vida pouco exemplar dos clérigos e o acúmulo de privilégios eclesiásticos - como causas da contestação dos princípios tradicionais da religião cristã, ensinados pela Igreja de Roma. Vale ressaltar que o Catolicismo também sofrerá um importante processo de reforma, cujas causas apesar de não estarem totalmente ligadas à Reforma protestante (há "reformas" na Igreja desde o século XI, por exemplo a Reforma Gregoriana), foram apressadas por essa.
Ao catolicismo tradicional, opôs-se assim o protestantismo - oposição que, na França, desemboca em terrível guerra civil. Evidentemente, tais perturbações de motivação religiosa supõem também enfrentamentos políticos, lutas sociais e divergências culturais, em um contexto europeu extremamente tenso.
Períodos de conflitos:
As guerras religiosas ocorrem entre 1562 e a promulgação do Édito de Nantes (1599), entrecortadas por curtos períodos de paz, conforme segue:
Primeira: 1562–1563
Segunda: 1567–1568
Terceira: 1568-1570
Quarta: 1572–1573
Quinta: 1574–1576
Sexta: 1576–1577
Sétima: 1579–1580
Oitava: 1585–1598
Todavia, ainda haveria prolongamentos desse conflitos, ao longo dos séculos XVII (o Cerco de la Rochelle, entre 1627e 1628, e novas perseguições aos protestantes, após a revogação do Édito de Nantes, em 1685) e XVIII (Guerra dos Camisards), até o Édito de tolerância (1787), sob Louis XVI, considerado como um marco do fim dos