Guerra e Fome
Caro Jean Ziegler,
Em relação ao relatório da Assembleia Geral da ONU sobre o Direito à Alimentação e Nutrição, no qual entregue depois de vivenciado 18 dias em nosso país e, concluído que, o Brasil vive uma “guerra social”, venho por meio desta carta dizer a enorme concordância que faço com tal declaração. Índices elevadíssimos de morte por falta de algo que temos em abundancia. Milhares de brasileiros morrem por falta daquilo que há de sobra em nosso país. A possibilidade e realidade de um ser humano de produzir aquilo que tanto precisa e não poder consumir. Populações esquecidas ou até mesmo ignoradas e deixadas de lado. Aqueles que morreram e que tanto gritaram de fome, mas suas vozes vieram “de baixo”, de um lugar tão baixo que mal ruídos faziam, para aqueles que poderiam ser seus salvadores escutassem. Uma tal camada que não afeta em nada, não ajuda nada, e nasce e morre sem nada. Sem nem mesmo um futuro de mudança.
Milhares de famílias, aldeias, grupos de pessoas isoladas em nosso país que ao ver de longe nem parecem brasileiros, ou pelo menos não tem nem o mínimo de seu direito como um cidadão desde país ou mesmo até o direito de um ser humano.
Podemos ter como exemplos, países com o IDH menores do que o Brasil e com mesmos índices de famintos e desnutridos. Mas ao pensar por esse lado, vemos que tais países com estes índices não tem ao menos de onde colher o alimento, eles realmente sofrem da falta dos tais. Já um caso diferente do que acontece em nosso ‘’lar’’, onde possuímos a região, clima, solo, tudo ao nosso favor.
Portando, senhor Ziegler, por meio de minhas simples palavras, eu, nascida e vivida no Brasil, venho a pedido de ajuda. Peço a todos aqueles que podem ajudar (mais diretamente ao governo e presidência do Brasil) que criem uma consciência de que o povo não está morrendo, mas como dito no próprio relatório, está sendo “assassinado” e a preocupação é tão pouca para um assunto tão imediato, que ao