Guerra Fria
Na verdade, no chamado Terceiro Mundo era a América Latina o principal foco de atenção das superpotências. Esse interesse, natural por causa da proximidade geográfica dos Estados Unidos, aumentou bastante a partir de 1959, quando Fidel Castro chegou ao poder em Cuba. O golpe militar no Brasil, em março de 64, atendia à estratégia política dos Estados Unidos para a América Latina. A Casa Branca tinha medo que a revolução cubana, que resultou num regime socialista, se espalhasse pelas Américas. Por causa disso, passou a patrocinar ditaduras em toda a América Latina.
A ditadura militar, consequência direta da Guerra Fria, teve um nítido impacto negativo na vida cultural. Durante duas décadas, o governo censurou a imprensa, a literatura e as artes de um modo geral. Experiências inovadoras, como o Tropicalismo, e o talento de artistas como Chico Buarque, Geraldo Vandré e Augusto Boal, entre muitos outros, foram sufocados pela censura imposta pelo regime.
Consequência da Guerra Fria para Bolívia
O quadro político dos países da America Latina apresenta um cenário passível de novas interpretações, pois os países lutam para definir novos caminhos de realização socioeconômica para mudarem um histórico de dependência.
Com a queda do muro de Berlim e o fim do bloco socialista, os movimentos políticos da esquerda ficaram sem alguém capaz de orientar sua ação política e assim cada vez mais influenciada pelo modelo neoliberal proposto pelo norte rico.
Mas quando Hugo Chávez elegeu-se presidente da Venezuela em 1988, resurgiram com ele proposta que defendia a importância da integração latino-americana e alertava os países da região quanto aos riscos representados pelos interesses dos EUA.
“Esquerdização” da América Latina
A herança colonial pautada no modelo agroexportador, inserida na divisão de trabalhos, resultou na condição de independência dos países latino-americano em relação aos países denominados desenvolvidos.