Guerra dos cem anos
Ficou conhecido como Guerra dos Cem Anos um dos maiores conflitos da Idade Média, que envolveu duas das principais potências europeias, França e Inglaterra. Apesar do nome, durou mais de um século, pois começou em 1337 e terminou em 1453. Além disso, a guerra não foi um confronto ininterrupto, mas uma série de disputas permeadas por várias batalhas.
A guerra dos Cem Anos atravessou eras, superou o fim da idade média e o começo do período moderno. A luta colaborou também para formação dos estados modernos europeus e a queda do feudalismo.
De certo modo, o episódio sintetiza, em vários aspectos, o caráter transitório do período. O cenário é o de um mundo feudal em decomposição, mas ainda predominante, que gradualmente caminha para uma nova realidade, marcada pelo crescimento do comércio, da economia urbana e da riqueza mercantil.
Panorama
O início do conflito deriva de um conjunto de desacordos entre as casas monárquicas inglesa e francesa, pois desde a conquista do trono inglês por Guilherme, duque da Normandia, em 1066, a a coroa inglesa e o reino normando estavam interligados. Tal união, iria, no futuro, trazer uma confusão entre reis, terras e sucessores.
As relações entre os dois lados, como era de se esperar, sempre foram tensas. Os reis ingleses que se sucederam estavam obrigados a fazer votos de lealdade e vassalagem aos reis franceses.
As províncias tanto de um lado como do outro agiam sempre isoladamente, mas sem tentar escapar ao poder da administração real, de muito poder. Não existia na França um sentimento nacional ou uma união de classes suficiente forte, apenas uma lealdade comum à coroa. Com ampla autoridade sob suas terras, os condes e duques tomavam partido em conflitos sem realizar qualquer consulta à coroa.
Crise sucessória
A morte do monarca francês Carlos IV, em 1328, sem herdeiros, mas com uma rainha grávida, criou imediatamente o problema da regência e o de sucessão. Haviam dois candidatos ao trono, um