Guerra dos Canudos
A proclamação da República não trouxe ganhos econômicos, políticos ou sociais, quer para a população urbana, quer para a população rural. As alternativas para uma vida melhor eram, no início da República, praticamente impossíveis, a não ser pela via da transgressão. Uma outra alternativa para os homens do campo era buscar alívio para os seus sofrimentos no catolicismo popular. Um dos principais movimentos, que teve a religião como alternativa, foi o de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro. Ele, durante sua vida, iniciou uma pregação religiosa que defendia que os homens deveriam se livrar das opressões e injustiças que lhes eram impostas, buscando superar os problemas de acordo com os valores religiosos cristãos. Com palavras de fé e justiça, atraiu muitos sertanejos que se identificavam com a mensagem por ele proferida. Foi construído então, o Arraial de Canudos. Os moradores do arraial acreditavam ser ele um divino mestre. A igreja começou a perder seus fiéis para um falso religioso, na concepção do governo, e assim ele passou a ser malquisto pela Igreja. O arraial contava com mais ou menos 20 mil sertanejos que repartiam tudo entre si, negociando o excesso com as cidades vizinhas, adquirindo assim os bens e produtos que não eram gerados no local. Os habitantes de Canudos precisavam se resguardar e decidiram então organizar milícias armadas, pois era de se esperar uma reação contrária da parte dos coronéis e da Igreja Católica. Enquanto a igreja perdia seus fiéis, os coronéis sentiam-se prejudicados com o constante deslocamento de mão-de-obra para Canudos, que prosperava a olhos vistos. A população abandonou a sociedade republicana convencional, que até então só a alimentara de falsas promessas, e partiu para na direção da nova sociedade que despontava. Mesmo sem nenhuma garantia, pois não havia falsas promessas, o que era mais honesto. Os padres e coronéis coagiram o