Guerra do Paraguai
Durante e após a guerra, a historiografia dos países aliancistas envolvidos limitou-se a explicar, em forma dominante, suas causas como devida apenas à ambição expansionista e desmedida de Solano López5 . Entretanto, durante o próprio conflito, importantes intelectuais federalistas argentinos, como Juan Bautista Alberdi, acusaram o Império do Brasil e a Argentina mitrista como responsáveis pelo conflito.
Já em inícios do século XX, autores revisionistas paraguaios, como Cecílio Baez (1862-1941); Manuel Domínguez (1868-1935); Blas Garay (1873-1899) e, finalmente, Juan E. Leary (1879-1969), tido como o principal fundador do lopizmo, iniciaram movimento historiográfico revisionista sobre o história do Paraguai e a Guerra Grande. Esta produção foi e segue sendo fortemente desconhecida no Brasil.
Nos anos 1950, autores revisionistas argentinos como José María Rosa, Enrique Rivera, Milcíades Peña, Adolfo Saldías, Raúl Scalabrini Ortiz, etc, também quase desconhecidos no Brasil, ocuparam-se criticamente da guerra do Paraguai, defendendo a responsabilidade do Império e da Argentina mitrista e, comumente, rejeitando a tese da responsabilidade inglesa.6 .
Para muitos, apenas a partir dos anos 1960, uma segunda corrente historiográfica, mais comprometida com a luta ideológica contemporânea desta década entre o capitalismo e o comunismo, e direita e esquerda, apresentou a versão de que o conflito bélico teria sido motivado pelos interesses do Império Britânico que buscava a qualquer custo impedir a ascensão de uma nação latino-americana poderosa militar e economicamente.
Essa última interpretação propçõe que enfatiza e absolutiza a crítica à tese "britânica", a partir dos anos 1980, novos estudos propuseram causas diferentes, revelando que as causas se deveram aos processos de construção dos Estados nacionais dos países envolvidos. Alguns aspectos devem ser