GUERRA DO CONTESTADO
OCUPAÇÃO DO TERRITORIO
TERRA DE NINGUÉM
Até o final do século XVII (1601-1700), o interior da região sul do Brasil era um território praticamente desconhecido.
Nesta época o Brasil estava dividido em capitanias hereditárias. Portugal conquista a posse do interior do continente
Preocupados em ocupar as terras ao sul de Laguna e em interiorizar sua presença no território, os portugueses
Criaram em 1738 a capitania de Santa Catarina e a
Comandância Militar do Rios Grande de São Pedro.
Em 1821 o sistema administrativo da colônia mudou e todas capitanias tornaram-se províncias.
O SERTÃO ABANDONADO
Este imenso sertão era ignorado pelos governantes. As autoridades em desterro ( atual Florianópolis ) e Curitiba, que sediavam as administrações províncias mais próximas, cobiçavam as riquezas do território ( erva-mate, madeira).
O território foi progressivamente ocupado por uma população com raízes variadas. A maioria era constituída por tribos de diferentes etnias indígenas ( caingangue, xoclengue e guarani), viviam ali há gerações. E por seus descendentes mestiços, filhos do encontro entre portugueses e espanhóis com as índias: os caboclos.
Abandonada a própria sorte, a população sertaneja vivia uma economia de subsistência baseada na caça, na coleta, no extrativismo e numa agricultura rudimentar.
O poder politico-administrativo era exercido pelos fazendeiroscoronéis, que até 1850 recebiam sesmarias e, com elas, patente militar e o poder de vida e morte dentro de suas posses.
Nos poucos núcleos habitacionais, as condições de vida eram precárias: embrenhadas na mata virgem, a população cabocla não tinham acesso a igrejas, escola, hospitais ou qualquer outro tipo de assistência ou amparo.
A essa população cabocla somaram-se sobreviventes da
Revolução Farroupilha ( 1835 – 1845 ), da guerra do
Paraguai ( 1865 -1870 ) e da Revolução Federalista (1893
– 1895 ), também em sua maioria mestiços e, entre eles, muitos negros