Guerra de Canudos

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Canudos foi o movimento social ligado à religiosidade mais estudado pela historiografia brasileira, que tinha como fontes os estudos de cientistas sociais e historiadores, assim como obras da literatura e fontes manuscritas de seus próprios atores. Encontrava-se no sertão baiano, na região conhecida como Belo Monte. A ausência de padres no sertão nordestino propiciou que o beato Antônio Vicente Mendes Maciel, popularmente conhecido como Antônio Conselheiro, ganhasse espaço para fazer aconselhamentos, rezar e batizar fieis. Devemos, portanto, ressaltar o crescimento do mandonismo local através da figura do coronel nesse contexto, e evidenciar a figura intermediária de Conselheiro como “padre-sacerdote” e “chefe de jagunços” para o sertanejo, segundo Walnice Nogueira Galvão. O livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, escrito em 1903, merece destaque. O engenheiro enviado como correspondente de guerra pelo jornal “O Estado de São Paulo” descreve a guerra de Canudos dentro da visão positivista de progresso, no qual acreditava que aquelas pessoas eram atrasadas sob a perspectiva de progresso, civilidade e modernidade, frutos do republicanismo pensado por um homem urbano. Para o arraial de Canudos foram várias pessoas dos vários estados nordestinos atrás do Conselheiro, e segundo Euclides, ocorreram uma série de conflitos oriundos na tentativa de reprimir a expansão das ideias de Canudos, no qual os jagunços de Conselheiro passaram a ser chamados de perigosos rebeldes, já por volta de 1896. O governo brasileiro passa a se preocupar depois do fracasso da terceira expedição, comandada pelo coronel Moreira César, em março de 1897, passando a ser considerada uma ameaça à estabilidade do regime republicano, assim como a autora de “A religião e a politica no alvorecer da república: os movimentos sociais de Juazeiro, Canudos e Contestado”, Jacqueline Hermann, salienta muito bem. Dessa forma, em abril de 1897, o então presidente Prudente de Morais ordena

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