Guerra de Canudos
O fim do Império no Brasil trouxe alguns fatos novos a cena política brasileira, mas praticamente nada mudou na questão social. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Porém, o desemprego se mantinha em alta e a libertação dos escravos aconteceu sem que fossem contempladas as necessidades de inclusão social e econômica dessa população há muito explorada. A Constituição de 1891 era elitista ao excluir mulheres e analfabetos do direito ao voto e ainda mulheres, índios, escravos e crianças do direito a Cidadania. Além disso, com a política dominada por oligarcas do agronegócio e coronéis no interior, a fraude era a regra nas eleições e eternizava o mando das elites e a opressão aos pobres.
Problemas financeiros: Segundo o autor Mario Schmidt, desde o final do segundo império a inflação vinha crescendo. Ela aumentou no governo de Deodoro da Fonseca por causa da política econômica e emissionária do ministro Rui Barbosa, que recebeu o apelido de encilhamento. Era uma analogia: encilhar é o ato de colocar a cilha (cinta) na cavalgadura para prender a sela ou a carga. No hipismo, trata-se do preparativo para entrar com o cavalo na pista. Rui Barbosa e outros intelectuais da época sonhavam com a modernidade: Cidades, capitalismo, indústria, progresso e liberalismo. Mas conseguir esta modernidade teriam que dar força para as indústrias. Para isso adotaram uma política baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos por farta emissão monetária. A pessoa que tivesse o interesse de abrir uma fábrica conseguiria com facilidade empréstimo bancário. Rui Barbosa autorizou diversos bancos particulares a emitir papel-moeda (fabricar dinheiro), cuja garantia eram títulos da dívida pública. O governo controlava a emissão da moeda, e uma parte dos lucros dos bancos era repassado ao governo para o pagamento dessa