Guerra de canudos e caldeirão
O trabalho vai falar sobre as guerras de Canudos e do Caldeirão, fatos que participam da história do Nordeste, a luta de sertanejos que sofriam por ser pobres e nem um pouco privilegiados, uma luta por aquilo que queriam que estivesse nos seus direitos e acreditavam.
Caldeirão
Natural da Paraíba, José Lourenço Gomes da Silva chegou a Juazeiro em 1890. A partir daí, aproximou-se de Padre Cícero. No Ceará, Lourenço integrou seitas de penitentes, grupos de autoflagelação que rezavam na Semana Santa em cemitérios do Cariri. O beato se instalou no sítio Baixa Dantas, onde passou a produzir pequenas roças. Cícero passou a mandar para o sítio de José Lourenço os retirantes que chegavam de toda parte do Nordeste, fugindo das estiagens e de maus-tratos de coronéis.
A primeira comunidade foi erguida num pedaço de terra no sítio Baixa d’Anta. Quando saiu de Juazeiro para o sítio, por volta de 1894, Zé Lourenço levou consigo a família, um grupo de romeiros e a missão, delegada pelo guru Padre Cícero, de formar uma comunidade ali na vizinhança do Crato. Cabia ao beato receber, naquele pedaço de terra arrendada, os desvalidos dos desvalidos.
Em pouco tempo e com muito suor coletivo, a fartura estava de volta ao sítio do beato. E com uma riqueza a mais. Padre Cícero, que sempre ganhava muitos presentes, tanto do povo como da dita elite nordestina, recebera um touro, raça zebu, do industrial Pernambucano Delmiro Gouveia, pioneiro em invenções têxteis no Nordeste, um progressista, comparando-se com a selvageria dos donos do poder da região.
Em 1921, José Lourenço foi acusado de promover a adoração do Boi Pintadinho, um presente de Padre Cícero, que ganhou o animal do coronel Delmiro Gouveia. Devotos diziam que a urina do animal era benta. Para conter o "fanatismo", o coronel Floro Bartolomeu, chefe político de Juazeiro, mandou prender o beato e matou o boi. O sítio acabou sendo vendido e as famílias, depois de 32 anos