Guerra Cívil: Africa
Os conflitos na região, porém, remontam aos séculos XII e XV, quando chegaram ao local grupos hútus e tútsis, que conviveram ali durante muito tempo. Em termos de língua ou de aspecto físico, os dois grupos não apresentam grandes diferenças; já do ponto de vista econômico, enquanto os tútsis criavam gado, os hútus eram agricultores.
Sob o domínio Belga, os tútsis, que correspondiam a cerca de 15% da população foram escolhidos pelo poder colonial para "governar" o país. A maioria hútu (cerca de 85%) ficou excluída do processo social e econômico. Como não poderia deixar de ser, os hútus passaram a defender um governo que representasse os seus interesses. Em 1959, os agricultores hútus rebelaram-se contra a monarquia tútsi apoiada pelos Belgas e abriram caminho para separar Ruanda e Burundi. Em 1961, sob a liderança hútu, Ruanda ganharia status de República, e,no ano seguinte, a Bélgica reconheceria sua independência. Perseguidos os tútsis procuraram abrigo nos países vizinhos. Por sua vez, Burundi também se tornou independente nesse ano, sob monarquia tútsis.
Entretanto a paz não foi alcançada. Em 1963, tútsis exilados no Burundi organizaram um exército e voltaram para Ruanda, sendo massacrados pelos hútus. Outros massacres sucederam-se até que, em 1973, um golpe de Estado levou ao poder, em Ruanda, o coronel Juvénal Habyarimana, de etnia hútu. Apesar dos conflitos persistirem, pode-se afirmar que houve uma trégua nas duas décadas seguintes.
Em 1993, o governo de Ruanda, liderado pelos hútus, assinou um acordo de paz com a liderança tútsi, pelo qual os refugiados poderiam voltar ao país e participar do