Guernica e hobbes
Em sua obra "O Leviatã" de 1651, o pensador inglês Thomas Hobbes defende que "o estado natural do homem é o estado de guerra"; na medida em que acredita em uma visão pelo direito de que todos poderiam gozar de sua liberdade. Porém, na ausência de limites para esta liberdade, toda sorte de ações poderiam ser admitidas, incluindo-se a violência.
Dessa forma, a situação dos indivíduos deixados a si próprios geraria insegurança, medo e a possibilidade de barbáries constantes. Neste sentido, como forma de conter as disputas que provocariam a guerra de todos contra todos, "bellum omnium contra omnes", surge a necessidade de se fundar um Estado baseado numa autoridade política que, legitimada pela garantia da condição de paz, teria a capacidade de concentrar os direitos de todos em favor de sua Soberania.
Sendo assim, o poder do Estado seria, segundo Hobbes, exercido pela força, pois, só a iminência de punição é capaz de atemorizar os indivíduos, justificando sua coerção.
Ao analisarmos aq obra "Guernica" de 1937 do pintor espanhol Pablo Picasso, podemos encontrar conceitos que muito se assemelham ao discurso de Hobbes. Trata-se de um painel que retrata o terrível bombardeio ocorrido naquele ano na cidade espanhola submetida às ações militares de aviões nazistas sob as ordens do General Franco politicamente apoiado pelo governo de Hitler que se expandia pela Europa.
Em um regime de Estado Totalitário como os nazifascistas, o governo atribui para si a totalidade de atividade humana e impede, sobre maneira, o exercício da autonomia de seus indivíduos. Não se admite o pluralismo das liberdades de expressão garantindo uma centralização administrativa e a imposição da unanimidade no Estado. Valoriza-se também a hierarquia, oprimindo as garantias de igualdade entre os cidadãos.
Este cenário caracteriza, então, uma centralização de todos os meios para a manutenção e a garantia de uma ordem coercitiva determinada pelo