Guarda paterna e representações sociais de paternidade e maternidade
Data: Novembro de 2011
GUARDA PATERNA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PATERNIDADE E MATERNIDADE
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2003), 17,7% das famílias brasileiras são constituídas por homens ou mulheres com filhos que vivem sem a presença do cônjuge/companheiro. Tais famílias são chamadas de monoparentais e decorrem do aumento do número de divórcios e separações e das mulheres e homens solteiros ou viúvos que cada vez mais criam seus filhos (biológicos ou adoptivos) sem necessariamente constituir ou manter um relacionamento conjugal. Esses dados confirmam que as instituições familiares, ao longo da história, estão sujeitas a transformações, pois as formas de se conceber a família são socialmente construídas (SANTOS; OLIVEIRA, 2005). Historicamente, o patriarcado e os modelos tradicionais de masculinidade propiciaram a desvalorização do feminino, estabelecendo diferentes funções para homens e mulheres dentro da sociedade. Assim, no âmbito da família, ao homem foram delegadas as responsabilidades pelo sustento da família e exemplo moral e à mulher as responsabilidades de educação e cuidados com os filhos. (VIEIRA; SOUZA, 2010)
Os estudos sobre a masculinidade ganharam espaço e possibilitaram a reflexão sobre a condição masculina, questionando as imposições do modelo hegemônico e procurando outras formas de os homens se relacionarem com o sexo oposto e com outros homens. Diante disso observa-se o surgimento de uma ‘nova paternidade’, baseada numa maior aproximação afetiva entre pai e filho, com uma relação afetiva exteriorizada e o envolvimento do pai nos cuidados diários com a saúde, a higiene e a alimentação dos filhos. Essa nova paternidade não surge sem conflitos, é cheia de avanços e retrocessos, mas está a constituir-se num modelo de paternidade possível aos homens. (VIEIRA; SOUZA, 2010)
A paternidade foi considerada como secundária no desenvolvimento psicológico dos filhos, sendo as