“Grupos operativos” pichon rivière
“GRUPOS OPERATIVOS”
Pichon Rivière (1907-1977)
DEFINIÇÃO
Em 1958, quando Pichon dirigia o setor de pacientes adolescentes no hospital psiquiátrico De Las Mercês-Rosário, viu-se obrigado a improvisar pacientes na função de enfermeiros pela falta de funcionários. O novo processo de comunicação estabelecido entre os pacientes e a ruptura de papéis estereotipados - o de quem é cuidado, para o de quem cuida - foram os elementos referenciais do processo de evolução desses enfermos. Assim nascia os grupos operativos, habilitando pacientes para operarem a função de enfermeiros. Descobriu-se o benefício terapêutico proveniente dessa própria aprendizagem dos pacientes. (OSÓRIO, 2003). Sendo um dos mais talentosos psicanalistas do hemisfério sul, Pichon Rivière criou a Teoria dos Grupos Operativos a partir dos aportes teóricos psicanalíticos de Melanie Klein e de Dinâmica de Grupos de Kurt Lewin, que foi considerada a maior contribuição Latino Americana para uma teoria unificada do funcionamento grupal. Segundo Pichon Rivière, entende-se por grupo um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes e que se reúnem em torno de uma tarefa específica, um objetivo mútuo, onde cada participante é diferente e exercita sua fala, sua opinião, seu silêncio, defendendo seu ponto de vista. E neste grupo o indivíduo constrói sua identidade introjetando o outro dentro de si. Assim o sujeito constrói sua identidade na sua relação com o outro, estando povoado de outros grupos internos de forma que todos esses integrantes do nosso mundo interno estão presentes em nossas ações (FREIRE, 2000). Para Pichon, a mudança, que é o objetivo primordial de todo grupo operativo, envolve todo um processo gradativo, no qual os integrantes do grupo passam a assumir diferentes papéis e posições frente à tarefa grupal. O grupo operativo deve ser: dinâmico (permitir fluir a interação e a comunicação, alimentando o pensamento e a criatividade); reflexivo (a reflexão sobre