GRUPOS DE PESQUISA DA ARTE CONTEMPO
O grupo surgiu em 2001 e, inicialmente, tinha o objetivo de trabalhar com teatro de rua, para que pudesse se aproximar do tema que mais interessava aos integrantes: a metrópole e suas contradições. Durante seis anos de trabalho intenso nas ruas, o grupo criou três espetáculos e apresentou-se em diversos espaços e cidades, mas, sobretudo, no centro de São Paulo. A partir da primeira peça, A Farsa do Monumento, que partia de linguagens mais tradicionais do teatro de rua, o grupo investigou diversas maneiras de tratar a temática central de seu trabalho – a vida urbana e seus conflitos numa megalópole como São Paulo.
Decorrente dessas pesquisas surgiu a necessidade de se dirigir para a sala, no intuito de esmiuçar assuntos que a rua não permitia tratar, pelas suas características próprias, e principalmente para colocar o próprio fazer artístico em questão, num caminho mais autocrítico. Numa colaboração Brasil-Alemanha, Novos Argonautas – Haut aus Gold, de 2010, foi escrita, ensaiada e concebida em conjunto com o diretor Tillman Köhler e sua equipe de trabalho. Quem vem lá, é o resultado de longas pesquisas, iniciadas sob a orientação do dramaturgo Reinaldo Maia em 2007, sobre o texto Hamlet, de Shakespeare, que serviu como pretexto para problematizar o fazer artístico e os limites ao engajamento político de nossa geração – visando também a um acerto de contas com a geração anterior, personificada no espectro do pai. Em 2010, ocupa novamente o espaço público com a peça Helena Pede Perdão e é Esbofeteada, com texto de Alexandre Dal Farra e direção de João Otávio. Finalmente, em 2012 o grupo retorna à sala com uma proposta de proximidade radical do espectador em relação à cena, quase em uma oposição à relação que a rua impõe, com Mateus, 10. Sucesso de crítica e público, a peça fez três temporadas em 2012 na cidade de São Paulo, tendo sido considerada, entre outros, pela Revista Veja e pelo site O Caderno Teatral.