Grupo 3 Educa O No In Cio Da Rep Blica
CAPÍTULO 3
SINAIS DE MUDANÇA educação no início da República
O final do século XIX testemunha importante passagem na ordem política e social brasileira, caracterizada pelo advento da República. Sua proclamação, entretanto, não traz de imediato rupturas significativas com o modelo econômico vigente. Esta tarefa, muito embora forjada nos anos inicias da República, somente é concretizada, como veremos no capítulo 4, nas décadas subseqüentes.
O cenário político do primeiro período republicano brasileiro (1889-1930) é marcado por disputas pelo poder central, eclodindo vários movimentos de insurreição neste interstício. No plano social merece destaque o desenvolvimento de experiências anarquistas e a organização da população operária nos sindicatos. A educação par ao povo não é uma preocupação do Poder Público. Em estudo sobre a história do analfabetismo no país, Ana Maria Freire faz uma observação que sintetiza o ambiente educativo do alvorecer da República no Brasil:
“Liquidado o Império, a educação, como um todo, permanecia maia a nível de discursivo do que sua efetivação e sistematização (...) Estava estabelecida a res-pública, mas o povo, a grande população brasileira, continuava fora das decisões políticas e do acesso aos bens culturais”
(1993, p.173).
A imagem de Freire bem expressa o momento vivido entre o final do século XIX e o início do século XX. A educação ainda é privilégio de muitos poucos. O testemunho de alguém que freqüentou a escola daqueles idos sugere quem eram seus alunos e o que lá faziam. Vejamos, a propósito, o depoimento registrado em estudo sobre a infância em
Fortaleza no início do século XX:
“Ninguém tinha interesse em se alfabetizar, o interesse maior era em viver, brincar e trabalhar, mas, em todo caso, as famílias de classe média botavam os filhos na escola (...) Era um ensino muito rudimentar, era apenas o ensino das primeiras letras, depois a silabação e então a leitura.
Depois havia