Gregório de mattos, boca do inferno
Foi o primeiro poeta a cantar o elemento brasileiro, o tipo local, produto do meio geográfico e social. Influenciado pelos mestres espanhóis da Época de Ouro Góngora, Quevedo, Gracián, Calderón sua poesia é a maior expressão do Barroco literário brasileiro, no lirismo.
Foi batizado com o nome de João, mas o prelado D. Pedro da Silva Sampaio mudou seu nome para Gregório. O primeiro poeta brasileiro pertenceu a uma família de posses. Gregório de Matos Guerra era o terceiro filho, o seu pai, português natural de Guimarães, estabeleceu-se no Recôncavo baiano como senhor de engenho. Seu pai possuía dois engenhos de cana-de-açúcar e cerca de 130 escravos. Ao contrário dos irmãos mais velhos que não se adequaram aos estudos e dedicaram ajudar o pai na fazenda, Gregório recebeu instrução na infância e adolescência. Estudou no colégio de Jesuítas de Salvador e, como todo filho de pais abastados, seguiu para a Metrópole, com a idéia de estudar Leis, aos 14 anos de idade.
Matriculou-se na universidade de Coimbra aos 16 anos, em 1652. Saiu formado em 1661, ano em que se casou com Dona Michaela de Andrade. Não consta que tivesse filhos desta senhora. Neste período teve acesso ao rei Pedro II, de quem ganhou simpatia e favores. Passou alguns anos exercendo a profissão de magistrado em Portugal – foi juiz no Alentejo e em Lisboa.
Em 1672, é nomeado Procurador da Bahia (Senado da Câmara) em Lisboa, cargo de que será destituído em 1674. Em 1674, reconhece como sua uma filha natural, fora do casamento com Dona Michaela Andrade.
Em 1678, Gregório de Matos ficou viúvo e, em 1681, voltou ao Brasil, para exercer um cargo na arquidiocese baiana, trabalhando para o Arcebispo, como tesoureiro-mór. Apesar de investido em funções religiosas, não perdoa o clero nem o governador-geral (apelidado "Braço de