Grecia antiga
A pergunta que inicia este programa é ampla: Por que estudar culturas antigas? Você pode sentir que a pergunta é discutível: estudantes estudam e estudarão culturas antigas; tal estudo é esperado como parte de uma tradição de desenvolvimento intelectual. A resposta ao por que da pergunta inicial é que se trata de uma questão de tradição, se não de um fato. Um estudo do IMPÉRIO ROMANO, uma leitura sobre filosofia e literatura grega , um olhar às PIRÂMIDES DE EGITO — tudo isso é aceito como parte de uma educação Ocidental, não é?
Provavelmente, sim: mesmo hoje, com a pluralidade de abordagens ao estudo da história e ao estudo das culturas, as pessoas falam a respeito de Platão ou DANTE ou Krishna ou Maomé. Mas há uma cláusula importante: como você aborda culturas antigas (ou qualquer outra cultura, em relação a este assunto) e como você vê as pessoas de mundos tão distantes é de suprema importância. Neste ponto, você faz a si mesmo estas duas perguntas adicionais: nós estudamos essas culturas por que, em certa extensão, todas as culturas compartilham certas características? Será que nossa própria cultura reflete aspectos dessas outras culturas?
A resposta à primeira das duas pergundas tem sido encontrada historicamente em uma discussão sobre universalidade. Considere, por um momento, o caso de Arjuna no Bhagavad Gîtâ[1]. Você pode muito bem perguntar como a batalha que Arjuna adia, imóvel em sua carruagem, se relaciona, por exemplo, com as batalhas contemporâneas da Segunda Guerra Mundial. Convencido de que seus parentes só morrerão nesta vida para renascer em outra, Arjuna pode então permitir, relutante, que a carnificina comece. Tal escolha, por outro lado, não foi seguida por Schindler (mostrado no filme de Spielberg A Lista de Schlindler), cuja intervenção em benefício dos judeus salvou muita gente nesta vida. O