GRAÇA ARANHA
Cursou Direito em Recife e foi trabalhar como juiz no Rio de Janeiro e no interior do Espírito Santo. Em 1902 publicou o romance Canaã e viajou durante 20 anos percorrendo a Europa, onde teve contato com os rumos que a arte moderna passou a tomar.
Apoiador dos novos rumos artísticos modernistas, Graça Aranha participou da Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, em São Paulo. Na ocasião, foi o responsável pelo discurso inicial. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras em 1897, porém, não havia publicado nenhuma obra.
Sua importância literária se deve à publicação de um livro: o romance, já citado, "Canaã". Uma característica pré-modernista desse livro é o regionalismo. Trata-se do retrato da vida de uma comunidade de imigrantes alemães que vivem no Espírito Santo. A história reflete dois pensamentos distintos através de dois personagens característicos: Milkau (o qual procura encontrar a terra prometida, ou seja, Canaã, no Brasil) e Lentz (que acredita na superioridade germânica).
Vejamos um trecho da obra “Canaã” de Graça Aranha:
Lentz
- Mas o que se tem feito é quase nada, e ainda assim é o esforço do europeu. O homem brasileiro não é um fator do progresso; é um híbrido. E a civilização não se fará jamais nas raças inferiores. Vê, a história...
Milkau
Os seres são desiguais, mas, para chegarmos à unidade, cada um tem que contribuir com uma porção de amor. O mal está na força...