GRAVIDEZ PRECOCE
A gravidez na adolescência vem se configurando como um problema cada vez mais grave no país com conseqüências em várias esferas de suas vidas, em especial das mulheres, das classes populares. Abordaremos algumas dimensões desse fenômeno no sentido de analisar a construção da identidade feminina e as relações entre essa identidade e a prevenção da gravidez na adolescência. Ao final, levantaremos alguns pontos para reflexão sobre que educação sexual seria necessária diante das dimensões da problemática da gravidez na adolescência.
As crianças e adolescentes, como ocorre em qualquer outra faixa etária, reagem diferentemente diante das adversidades e necessidades adaptativas, são diferentes na maneira de lidar com as tensões da vida. É exatamente nessas fases de provação afetiva e emocional que vêem à tona as características da personalidade de cada um, as fragilidades e dificuldades adaptativas. Erram, alguns professores menos avisados, ao considerar que todas as crianças devessem sentir e reagir da mesma maneira aos estímulos e às situações ou, o que é pior, acreditar que submetendo indistintamente todos alunos às mais diversas situações, quaisquer dificuldades adaptativas, sensibilidades afetivas, traços de retraimento e introversão se corrigiriam diante desses “desafios” ou diante da possibilidade do ridículo. Na realidade podem piorar muito o sentimento de inferioridade, a ponto da criança não mais querer freqüentar aquela classe ou, em casos mais graves, não querer mais ir à escola. Para as crianças menores, por exemplo, existem as ameaças ou a ridicularização pelas mais velhas, e esse sentimento de ridicularização é tão mais contundente quanto mais retraída e introvertida é a criança. Já, para os adolescentes, as ameaças de ansiedade geradas em ambiente intraclasse são o desempenho aquém da média nos times esportivos, nos trabalhos em grupo, as diferenças sócio-econômicas entre os colegas, as diferenças no estilo e nas possibilidades de