gravidez na menor idade
A cada dia, ao menos uma menina com idade inferior a 18 anos sai de uma das unidades hospitalares da cidade carregando um bebê no colo. Entre janeiro e dezembro de 2013 (365 dias), foram 366 partos realizados em gestantes de 10 a 17 anos.
Deste total, a esmagadora maioria é assistida pela rede pública. Somente a Maternidade Santa Isabel foi responsável por 346 nascimentos no ano passado. Embora a unidade atenda diversos municípios da região, a estimativa é de que 70% dos partos sejam de moradoras de Bauru.
“O número é muito alto. Embora o Ministério da Saúde venha divulgando estatísticas de redução, percebo que as meninas continuam tendo filhos. E cada vez mais jovens”, pondera o coordenador médico do setor de obstetrícia da maternidade, Dirceu Nascimento Junior.
Ainda que um filho não seja um mal em si, a gravidez não planejada, para a maioria das meninas, representa o afastamento da escola e das chances de boa colocação no mercado de trabalho, além da possibilidade de sofrer complicações de saúde relacionadas à gestação ou ao parto.
“O corpo ainda está em formação e, na maioria dos casos, não está totalmente preparado para gerar uma criança”, observa Nascimento Junior, que é ginecologista e obstetra da maternidade e da unidade básica de saúde do Núcleo Mary Dota.
O médico também trabalha em consultório particular, onde constata que o número de meninas grávidas é infinitamente menor. E as estatísticas dos hospitais da rede privada corroboram a percepção de que a incidência da gravidez na adolescência está intimamente relacionada à condição social das famílias.
Erotização
Enquanto na Maternidade Santa Isabel as meninas com menos de 18 anos