Gravidez na adolescencia
O que é sexualidade?
A maior parte das pessoas, ao pensar na palavra “sexualidade”, logo se remete ao ato sexual em si e aos aspectos da reprodução. Enquanto o sexo se restringe aos aspectos físicos e biológicos, a sexualidade vai muito além disso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), "a sexualidade humana forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. A sexualidade não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo”.
Ela abrange a identidade sexual (masculina e feminina), a percepção do prazer, os afetos, a auto-estima, a anatomia, as alterações físicas e psicológicas ao longo da vida, a saúde sexual, entre diversas questões. Poderíamos resumir a sexualidade na seguinte definição: é a maneira de cada indivíduo se descobrir e descobrir os outros.
Por um longo tempo, principalmente na história do Ocidente cristão, pesou sobre a sexualidade (e sobre o sexo) o estigma do pecado, salvo no caso de procriação dentro do casamento. Tudo o que fugisse dessa intenção reprodutiva era considerado anormal (relações homossexuais, busca apenas do prazer, masturbação, etc.) pelos olhares da moral e da religião. Foi Sigmund Freud, no final do século 19, quem sacudiu os alicerces do pensamento estabelecido há tantos séculos. O criador da psicanálise afirmava que o sexo ia além da função reprodutiva e além dos órgãos sexuais. Segundo sua visão, a função sexual se faz presente não a partir da puberdade – como se pensava –, mas desde o nascimento do indivíduo até a sua morte.
Atualmente, entende-se a sexualidade como uma experiência individual, que deveria ser encarada e respeitada como um processo pessoal e natural. É claro que os comportamentos e a percepção da sexualidade acabam sendo influenciados pelo contexto sociocultural e histórico. Fatores como crenças, valores, moral, religião e imposição de papéis sexuais tendem a