Gravidez Na Adolesc Ncia Artigo 1
Maria Waldenez de Oliveira*
RESUMO: Uma intrincada rede de fatores confere à gravidez na adolescência um grau elevado de risco para a mãe e para a criança, especialmente as de classes populares. As conseqüências perversas de uma gravidez na adolescência se fazem sentir tanto na morbidade/mortalidade de mãe e bebê quanto nos impactos econômico, educacional-escolar e social. Agir educacionalmente é um forma de enfrentar esse problema. No entanto, acões educacionais que enfatizam a abordagem apenas biológica do planejamento familiar não tem sido eficazes se considerarmos as estatísticas referentes à saúde reprodutiva das adolescentes. Para que a educação possa efetivamente contribuir para a redução desse tipo de gravidez, todas dimensões devem ser consideradas, com especial destaque para a dimensão sociocultural na qual encontramos fortes determinantes da gravidez indesejada. Abordar educacionalmente essa dimensão significa abrir espaço dentro e fora das escolas para o debate sobre a identidade feminina num processo que abranja a totalidade do ser humano.
Palavras-chaves: Gravidez, adolescência, educação sexual, DST/Aids, saúde da mulher
A gravidez na adolescência vem se configurando como um problema cada vez mais grave no país com conseqüências em várias esferas de suas vidas, em especial das mulheres, das classes populares. Abordaremos algumas dimensões desse fenômeno no sentido de analisar a construção da identidade feminina e as relações entre essa identidade e a prevenção da gravidez na adolescência. Ao final, levantaremos alguns pontos para reflexão sobre que educação sexual seria necessária diante das dimensões da problemática da gravidez na adolescência.
A dimensão numérica
Segundo o Censo do IBGE de 1991, a população de 10 a 19 anos corresponde a 21,84% do total da população brasileira, o que eqüivale a 32.064.631, sendo 50,04% do sexo masculino e 49,96% do sexo feminino (Brasil 1996).
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