gravides na adolescencia
Na Holanda, jovem de 14 anos é autorizada a velejar sozinha pelo mundo. Especialistas brasileiros alertam para os riscos da empreitada
Nathalia Goulart
A jovem velejadora Laura Dekker deverá passar os próximos dois anos em alto mar - e sozinha (Foto: Marco de Swart/AFP)
No começo desta semana, a velejadora holandesa Laura Dekker, de apenas 14 anos, recebeu autorização judicial para dar uma volta ao mundo em um veleiro - sozinha. O projeto deve durar cerca de dois anos e, se completar a viagem, Dekker poderá se tornar a pessoa mais jovem a realizar a façanha.
Apesar da controvérsia – Laura é considerada por muitos jovem demais para embarcar nessa viagem - o Conselho de Proteção à Criança da Holanda já anunciou que não irá recorrer da decisão. Para a especialista Teresa Helena Schoen-Ferreira, psicóloga do Centro de Atendimento de Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o caso de Laura é problemático - afinal, uma jornada solitária e tão longa pode trazer prejuízos à jovem velejadora.
“A adolescência é um período em que se ampliam as relações sociais”, explica a especialista. “É a época de fazer amigos e compartilhar experiências, medos, sonhos e segredos. Uma viagem solitária limita essa convivência e esse aprendizado”. Além disso, o convívio familiar também sai prejudicado. “A família nos ensina valores e regras que são importantes nessa época da vida. Ter autonomia é bom, mas os valores familiares são essenciais”, opina Teresa Helena.
A educação formal é outra questão envolvida na empreitada. Se estivesse no Brasil, a holandesa deixaria para trás o ensino médio durante sua viagem. Mais além de fórmulas matemáticas e dados históricos, a escola tem o papel de abrir um leque extenso de opções e apresentar diversas realidades ao adolescente, conforme explicam os especialistas. É na escola também que são estabelecidos laços de amizade e onde o convívio social é mais