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O desequilíbrio existente entre a incrível capacidade de aumento de produção e produtividade dos pesquisadores, agricultores, pecuaristas e agroindustriais brasileiros e a possibilidade do País de fazer escoar tal produção é incalculável. Nada surpreendente – aqui mesmo em BioAgroEnergia nosso leitor pode voltar várias páginas e vai ler que era possível antecipar de há muito o tamanho do problema que estamos enfrentando (e vejam bem que a safra de cana-de-açúcar mal começou a ser cortada).
Na última leitura tinhamos em Paranaguá, segundo o site de controle da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), 16 navios atracados, mais de 100 ao largo e outros 22 aguardados para as próximas 48 horas. A grande maioria para carregar soja e milho, particularmente a oleaginosa.
Alguém faz ideia do que são cem navios graneleiros em espera? Vamos colocar uma média (baixa) de 35 mil toneladas de capacidade por navio – estamos falando de 3 milhões e meio de toneladas de grãos. Sabem quantas carretas (tudo bem, uma parte deste produto segue por ferrovia) seriam necessárias para transportar este volume? Para facilitar a conta vou usar 35 toneladas por carreta (média alta – estamos mais para 30…): cem mil caminhões, ou melhor, cem mil viagens. E a frota, escassa, tem que ir ao porto e voltar ao interior para dar conta do recado – só que ela vai e fica na fila… Enquanto isto os armazéns abarrotam. É preciso dizer mais alguma coisa?
Diz-se que o grupo chinês Sunrise cancelará a compra de quase 2 milhões de toneladas de soja do Brasil devido aos atrasos nos embarques provocados pelo congestionamento nos portos. Duvido que seja tudo isto - a China está com estoques baixos de soja e os EUA não tem volume excedente para exportar. A safra argentina só começa a ser colhida e está bastante compromissada. Acontece que os preços vem caindo sistematicamente com a certeza de uma grande