Gramática além da gramática
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“Por que (não) ensinar gramática na escola” (ALB, 2000, 96 páginas), do professor associado do Departamento de Linguística da Unicamp Sírio Possenti ramifica, na segunda parte do livro, o conceito de “gramática”, além de trazer noções de língua, regras e erro, e menciona em um capítulo um esboço prático destinado a uma perspectiva de ensino de gramática. Para Sírio Possenti, existe três definições para gramática. a) gramática normativa (GN), que é a definição aplicada nas gramáticas pedagógicas e livros didáticos; b) gramática descritiva (GD), tal que orienta o trabalho do linguistas, que tem como objetivo descrever e explicar as línguas como elas são faladas; c) gramática internalizada (GI), aquela que o falante possui intrinsecamente, desenvolvida ao passar do tempo. Possenti pontua, com clareza em suas palavras, o que vem a ser língua, regras e erro para cada gramática. Para a GN, também conhecida como prescritiva, a língua é um conjunto de regras que devem ser seguidas, aquelas formas de expressões ditas por pessoas “cultas”. Já para a GD, a língua é um conjunto de regras que as pessoas seguem e é variável, não tendo modelo para seguir. A GI, por sua vez, tem a língua como conjunto de regra que o falante tem domínio. Sírio destaca dois sentidos para regras. O primeiro sentido dá ideia de obrigação, imposta pela GN. E o segundo dá ideia de regularidade e constância, apresentada pela GD. Esta é sem qualquer conotação valorativa, assim como a GI, que expressa aspectos dos conhecimentos linguísticos dos falantes que têm propriedades sistemáticas. Partindo para o conceito de erro, entende-se para GN, que erro é tudo aquilo que não se encaixa na variação dita “exemplo de boa linguagem”. O que não acontece para a GD, que não ignora nenhuma variação linguística. Entretanto, a noção de erro para esta gramática são formas que não fazem parte, de maneira sistemática, de nenhuma variação de uma língua. Apesar de que essa “polêmica” de variação linguística pareça