Gramsci e o Serviço social
(Por Ivete Simionatto - 1995)
• Os primeiros questionamentos às matrizes conservadores que deram base ao discurso e a prática profissional desde suas origens foram observados em meados dos anos 1960, nos marcos do Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil. Esse processo de crítica e ruptura emergiu em 1965 e se exauriu por volta de 1975. Está vinculado ao cenário sócio-político latino-americano de ruptura das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformação do capitalismo. • É um processo com várias vertentes, desde as de natureza desenvolvimentista até as que propunham a criação de um Serviço Social comprometido com a realidade dos povos latino-americanos, cujo referencial deslocava-se da visão funcionalista para a perspectiva dialética. Foi no Chile e no Uruguai que a perspectiva dialética mais avançou (trabalho Social X Social Work norte-americano).
• No Brasil, a tendência para uma aceitação da tradição marxista foi rejeitada pelos grupos majoritários desta fase do Movimento de Reconceituação, havendo mais espaço para as tendências neopositivistas e modernizadoras (se coadunavam mais facilmente com os princípios cristãos que marcavam o SS/tecnificação do agir profissional/Araxá (1967) e Teresópolis (1970)/perspectiva estrutural-funcionalista norte-americano). O Golpe de 1964 contribuiu para esse posicionamento.
• Entre 1972-1975 surge uma importante experiência que se apresentava como uma proposta de intervenção e formação profissional pautada nos pressupostos da teoria marxista, embora marcada por equívocos de ordem diversa: o chamado Método BH da Escola de SS da Universidade Católica de Minas Gerais. • Em 1978, num encontro promovido pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio em Serviços Sociais - CBCISS no Centro de Estudos do Sumaré, foi incorporado no debate reflexões relativas às vertentes fenomenológica e crítico-dialética. Coube à professora Creuza