GRAMSCI E A EDUCA O 1
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – IFCH
ESTUDOS DE SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
BRUNO SALDANHA
GRAMSCI E A EDUCAÇÃO: A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA E DA CULTURA
Para abordar o pensamento de Gramsci a respeito da organização da escola e da cultura, acredito que seja importante resgatar um pouco de sua história ainda no Partido Socialista Italiano (PSI). Em meio aos questionamentos à época do envolvimento da Itália na guerra e o seu rumo a partir de então, o PSI sofreu um processo de cisões ideológicas, entre os mais radicais e os mais reformistas/centristas. No XVII Congresso do PSI quem obteve a maioria dos votos foi a corrente centrista de Serrati, que se recusa a modificar o nome do partido para Partido Comunista e a expulsar os reformistas. Com isso, Antonio Gramsci e Amadeo Bordiga se retiram do congresso e iniciam o processo de formação do Partido Comunista Italiano (PCI). Ainda no PCI, Gramsci e Bordiga defendiam ideais diferentes no que tange às formas de efetivar a revolução. A corrente de Bordiga agia com passividade, contribuindo para o sectarismo e assim excluindo as massas populares. Acreditava que a revolução seria inevitável, uma questão de tempo. Enquanto isso, Gramsci pensava que a revolução só se concretizaria se fosse através do proletariado, tornando-os numa classe “para-si”, dotada de consciência. Nesse momento, Gramsci já estava convicto sobre o seu conceito mais conhecido: hegemonia. Percebeu que o fascismo não exerceu dominação física, mas de pensamento, conquistando a hegemonia cultural daquele povo. Então para Gramsci, a revolução e a vitória sobre a hegemonia burguesa dominante só seria possível quando fosse conquistada a hegemonia das massas populares, dotando-os de consciência de classe e então os colocando como fator determinante da transformação social.
Consciente de que era necessário obter a hegemonia das massas, e que, portanto, esse processo não seria “mecânico”, Gramsci acredita