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Nesta primeira aula, vamos discutir como a Geografia anali
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sa a indústria e por que ela é considerada uma categoria de análise dessa ciência.
Nós já trabalhamos ao longo do curso, em outras disciplinas, o signifi
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cado da Geografia enquanto ciência. Vimos na disciplina de Geografia
Regional que o objeto de pesquisa, que é aquilo que distingue e identifica uma ciência, da Geografia sofreu alterações ao longo de seu percurso epistemológico. Já foi a paisagem que definiu os estudos geográficos, a região pós Vidal de La Blache também marcou as pesquisas da Geografia. Para a corrente de pesquisa da fenomenologia, o lugar é o melhor conceito de análise da ciência e, para os geógrafos críticos, o espaço encerra de forma completa a significação da ciência geográfica. Não podemos também esquecer que atualmente, em tempos de globalização, o território também se constitui uma importante forma de analisar a Geografia.
Sem a pretensão de discutir aqui os cincos conceitos-chaves da Geogra
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fia, nem enveredar em uma discussão epistemológica de correntes e li
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nhas do pensamento, mostraremos como a indústria, enquanto categoria de análise da Geografia, nos permite relacionar esses conceitos e produzir uma leitura geográfica.
A indústria, desde sua gênese, tem inerente a ela uma questão de técnica.
Técnica aqui pensada como “intermediário entre a natureza e o homem desde os tempos mais inocentes da história” (Santos, 1997:11), ou em ou
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tras palavras, como a forma de trabalho do homem que transforma a natu
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reza e que está em constante transformação. A evolução dessas técnicas, formando o que Milton Santos (1997) denomina de período tecnológico
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converteu-se no objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou por subverter as relações do homem com o meio, do homem com o homem, do homem com as coisas, bem como as relações das
classes