Graduação

SARTORI, Giovanni. O que a democracia não é. In: A teoria da Democracia Revisitada. São Paulo: Ed. Ática, 1994. p. 246-279.
“A forma-padrão de delimitar um conceito é definir a contrário, por contraste, isto é, estabelecendo seu oposto, seu contrário, sua contradição. Desse modo, para definir o que a democracia é, precisamos definir também o que a democracia não é, ou seja, o que é o oposto da democracia”. (p. 246)
“(...) os maiores problemas na determinação do que a democracia não é derivam da orientação metodológica promovida pela tendência quantitativa das ciências sociais. Sob o ímpeto quantitativo, não mais somos levados a perguntar o que é (ou não é) uma democracia; somos, ao invés, levados a perguntar em que grau, caso exista em algum grau, um sistema político é uma democracia”. (p. 247)
“No caso em pauta, podemos perguntar em que medida uma democracia é democrática, ou perguntar em que medida qualquer sociedade política é democrática”. (p. 248)
“Douglas Re, por exemplo, seleciona a propriedade “princípio da maioria”; mas democracia é o princípio de maioria cum direitos da minoria – algo bem diferente. Felix Oppenheim escolhe a característica “participação”; mas, hoje em dia, esse conceito está mal definido que poderia levar até à constatação de que (medindo-se pela participação) a democracia mais plena que já existiu na China, na época da chama revolução cultural”. (p. 248)
“(...) é que os sistemas políticos são sistemas, isto é, totalidades finitas caracterizadas por mecanismos e princípios constitutivos que ou bem estão presentes (embora de maneira imperfeita), ou bem estão ausentes (embora de maneira imperfeita)”. (p. 249)
“O fato das diferenças serem qualitativas ou quatitavas, de tipo ou de grau, descontínuas ou contínuas, depende do tratamento lógico e, portanto, da questão de decidir que tratamento lógico é apropriado para que propósito”. (p. 250)
“Autoritarismo deriva de “autoridade” e apenas um sufixo, apenas um “ismo” separa significados