Graduando
Crítica da faculdade do juízo *
Immanuel Kant
Primeira Seção
ANALÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO ESTÉTICA
Primeiro Livro
ANALÍTICA DO BELO
Primeiro momento do juízo de gosto1, segundo a qualidade
§ 1. O juízo de gosto é estético.
Para distinguir se algo é belo ou não, referimos a representação, não pelo entendimento ao objeto em vista do conhecimento, mas pela faculdade da imaginação (talvez ligada ao entendimento) ao sujeito e ao seu sentimento de prazer ou desprazer. O juízo do gosto não é, pois, nenhum juízo de
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KANT , Immanuel. Crítica da Faculdade do Juízo. Tradução de Valério Rohden e António Marques. Rio de Janeiro:
Editora Forense Universitária, 1993, §§1-29, pp. 47-112.
[Texto revisado por Verlaine Freitas. Foram trocados alguns termos que consideramos inadequados para a fluência da leitura, posto que contrariam, segundo pensamos, a receptividade normal para essas palavras. O exemplo mais claro é o da palavra “complacência”, usada pelos tradutores para o termo “Wohlgefallen”. Embora o próprio Kant tenha colocado entre parêntesis a palavra latina “complacentia” como referência para aquele termo, o sentido mais usual e muito mais difundido para tal palavra em português é o de conivência, em vez de um mero prazer para com alguma coisa. Desse modo, preferimos a palavra “comprazimento”, que tem a mesma raiz etimológica, cum + placere, sem acarretar o sentido pejorativo daquela outra. Além dessas correções, foram eliminadas as referências ao que distingue as três primeiras edições da Crítica da faculdade do juízo, uma vez que tais diferenças não têm nenhuma importância para o leitor da língua portuguesa e atrapalha a fluência da leitura. – vf]
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A definição do gosto, posta aqui a fundamento, é de que ele é a faculdade de ajuizamento * do belo. O que porém é requerido para denominar um objeto belo tem que a análise dos juízos de gosto descobri-lo. Investiguei os momentos, aos quais esta faculdade do