Graduanda
O ensaio analisa a economia brasileira pós-revolução de 30, que tem na industrialização seu eixo central. O autor se posiciona contrário à análise cepalina, de avaliação dos rendimentos do capitalismo brasileiro a partir das necessidades populacionais; e da análise conservadora com centralidade nas taxas de crescimento econômico. O objetivo do texto é verificar as transformações nas bases de reprodução do capitalismo brasileiro - das reposições e recriações de suas condições de expansão.
O autor defende a abordagem político-econômica como perspectiva mais ampla que a dimensão econômica, que isoladamente, é insuficiente para a compreensão de determinado período histórico - repudia a análise economicista como vício metodológico que se recusa em reconhecer-se como ideologia. Essa perspectiva metodológica se desenvolveu em diversos economistas e cientistas sociais insatisfeitos com o dualismo da análise cepalina (situada na perspectiva marginalista, neoclássica e keynesiana) incapaz de propor a ruptura da subordinação dos países industrializados com a América latina. Segundo o autor, “a dualidade reconciliava o suposto rigor científico das análises com a consciência moral, levando a proposições reformistas”.
Essa reinterpretação da realidade latino-americana se opunha à análise dual-estruturalista e não ao método Cepal - que teve como adversário economistas conservadores coniventes com o atraso e com a miséria do continente. A análise dualista foi intensamente assinalada pelos economistas, embora tenha sido apropriada também pelas ciências sociais (por exemplo, o binômio “sociedade moderna” – “sociedade tradicional”). A debilidade dualista pode ser esmiuçada no conceito de “modo de produção subdesenvolvido”. Em teoria, o conceito se desenvolve a partir da oposição formal entre “moderno” e “atrasado”, como grau de desenvolvimento das economias pré-industriais em direção às formas mais avançadas do