graduanda
Diversas categorizações foram criadas por autores para explicar as ditaduras da América Latina. Hélio Jaguaribe, em 1968, criou o conceito de "colonial Fascismo"; Santos, em 1977, utilizou o termo "fascismo dependente". Em ambos os casos, pretendia-se recuperar a matriz europeia, e, ao mesmo tempo, " americanizar" os motivos que levaram aos golpes de Estado. Guillermo O’Donnell, argentino, traz para a historiografia o termo "Estado Burocrático Autoritário", reconhecendo a natureza autoritária dos regimes militares mas distinguindo-os das ditaduras europeias. Estes conceitos, porém, pouco atendiam as especificidades latino-americanas, gerando muitos debates.
Esse profundo e extenso debate levou, inclusive, a que alguns deles realizassem certos esforços de sistematização, como os empreendidos pelo chileno Jorge Tapia V. e pelo brasileiro Helgio Trindade, para nos remeter apenas a duas das obras mais antigas, e ainda seu influxo ecoaria em muitas obras posteriores, como a de Carlos Huneeus, para o Chile (2000). (RAMIREZ, 2012, p.74).
Sobre o golpe militar argentino, Marcelo Cavarozzi encontrou matrizes diferentes nos diversos golpes vividos pelo país. Existe, também, a interpretação de raiz marxista, que tenta encontrar explicações nas condições econômicas, especialmente no esgotamento do modelo substitutivo. A resposta a interpretação marxista veio com o objetivo de compreender as conjunturas que desencadearam os fatos, salientando a incapacidade das forças existentes para manter um regime democrático. Por fim, alguns autores fizeram uma ligação entre as duas teorias, destacando como o econômico e o político estavam ligados, sem a necessidade de haver predominância de um sobre o outro.
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Coube a tarefa de analisar os golpes de Estado e as ditaduras aos sociólogos, politólogos e até os economistas, pois os historiadores não se ocupavam do presente e então