Graduanda
A importância de atividades como pensar, refletir, questionar, nos permite desenvolver potencialidades e aprimorar as aptidões de que dispomos. Estes são motivos suficientemente importantes para justificar a análise crítica de Elogio da Loucura[1], obra que além de indiscutivelmente apresentar humor cortante é tão viva e atual que parece ter sido escrita com os olhos voltados aos acontecimentos contemporâneos.
Uma das sátiras mais brilhantes da história da literatura e legado à humanidade do filósofo, teólogo e escritor holandês Erasmo de Rotterdam[2] – chefe inconteste do humanismo renascentista – foi escrita em 1.508 e publicada dois anos após, em Paris.
Em sete dias, com absoluta liberdade de concepção e total ausência de compromissos, Erasmo de Rotterdam escreveu esse inteligente sermão, dirigindo críticas mordazes à vida numa sociedade impregnada de uma cultura tradicional medíocre e hipócrita.
As críticas são realizadas em nome da personagem central, a Loucura, que fala na primeira pessoa, com a qual, o leitor estabelece rapidamente, uma empatia, que o permite participar concordante, de todas as situações, na forma colocada.
Sempre vista apenas como uma moléstia mental ou como uma característica negativa e indesejada, nesta obra a Loucura é personificada na forma encantadora de uma deusa que conduz as ações humanas. Expõe modalidades de demência com uma certa dose de alienação de espírito, que não eram evidentes para a sociedade, mas sim para ela, dona do saber sobre o equilíbrio mental. Foge das definições comuns e busca a volta à essência do ser humano.
Tenha-se presente que, para o autor, Loucura é o estado natural do ser humano. Entretanto, a dúvida que se tem, é saber encontrar o limite entre ela e a Razão. De fato, a Loucura está por toda parte, o número de loucos é infinito, e, algum dia (senão todos os dias) nos identificaremos com algum dos tipos de loucos contemplados por Erasmo de Rotterdam. Afinal, como ele diz citando o