Governo e Administração - A Utopia - Thomas Morus
A Ilha de Utopia foi conquistada pelo Rei Utopos, que lhe deu seu nome atual, pois até então o local era chamado de Abraxa. Tal Rei assim que desembarcou assumiu com uma só batalha o controle do país, transformando um amontoado de selvagens ignorantes naquilo que talvez hoje seja a nação mai civilizada do mundo. A geografia do local não permaneceu inalterada pelo Rei, que ordenou a abertura de um canal no meio de um istmo que ligava Utopia ao continente, de modo que Utopia virasse propriamente uma ilha, sendo todo o território cercado pelo mar. A construção deste canal se deu com o trabalho mútuo dos habitantes de Utopia aliados com todos os soldados do Rei Utopos. Desta forma, a grande força de trabalho existente possibilitou uma rápida conclusão da iniciativa - para muitas mãos o trabalho é leve. (noções de coletividade, mas precisamente de trabalho coletivo neste momento, que já se faziam presente em Utopia desde sua fundação).
A população em Utopia é divida em grupos 30 famílias, onde cada um destes grupos elege, anualmente, um funcionário chamado sifogrante (nome antigo hoje se chamam filarcas). Para cada 10 destes sifograntes e as famílias que representam existe um traníboro (ou protofilarca). Cada uma das 54 cidades de utopia tem 200 sifograntes responsáveis pela eleição de um governador, o qual é escolhido por voto secreto depois de os sifograntes terem feito um juramento solene de eleger o homem que consideram o mais qualificado para o cargo. É preciso que esse homem seja um dos 4 candidatos indicados ao senado por todo o eleitorado pois cada quarto da cidade escolhe o seu próprio candidato e submete o seu nome ao Conselho dos traníboros. O Governador conserva o cargo por toda a vida, a menos que se suspeite de que o titular deseja instituir uma tirania (a tirania é odiosa para uma república bem-ordenada). Os traníboros são eleitos anualmente, mas em geral não são substituídos. Todos os outros cargos municipais são