governo lula
Macroeconomia da Estagnação Brasileira♣
Luis Carlos Bresser-Pereira*
Agradeço a Universidade Federal do Paraná pelo convite para participar deste seminário. É sempre muito bom voltar aqui por que percebo que a Universidade Federal do
Paraná está formando um grupo de economistas importantes que estão estudando a macroeconomia do desenvolvimento brasileiro e, isso é uma contribuição para o nosso país.
Quando o José Luís1 teve a idéia para este seminário, ele colocou como título
“Macroeconomia da Estagnação” que é o título do livro que eu acabei de escrever, já está com o editor e dentro de dois meses – depois do carnaval – já estará publicado. E neste livro o problema que eu coloco é exatamente o problema do seminário: por que o Brasil está quase estagnado? Não está estagnado, mas quase estagnado, devido a taxas absolutamente insatisfatórias do PIB per capita, nos últimos vinte e cinco, vinte e seis anos. Ou melhor, a minha pergunta é um pouco mais específica, a minha pergunta é: por que o Brasil está crescendo tão pouco nos últimos doze anos? Porque o subtítulo do livro é “A crítica da ortodoxia convencional no Brasil pós-1994”.
Por que 1994? Porque em 1994 o Brasil criou o Plano Real, e com o Plano Real nós conseguimos afinal neutralizar a alta inflação – uma inflação de nível altíssimo de mais de
20% ao mês (naquela época ao mês e não ao ano). Com isso então, o Brasil esteve quase estagnado entre 1980 - quando começa a crise - até 1994 porque tinha uma alta inflação.
Tinha uma alta inflação porque teve uma alta dívida externa, porque teve um modelo de substituição de importações esgotado e uma série de coisas desse tipo. Mas sobre estes assuntos, eu e outros economistas brasileiros escrevemos, eu escrevi pelo menos dois livros sobre a crise do Estado brasileiro.
Agora, quando chegamos em 1994 afinal, conseguimos colocar em prática toda teoria que nós havíamos desenvolvido no Brasil, por