Gosto e Subjetividade
O conceito de “gostar”, assim como o do “belo”, não é algo simples de ser explicado, e não deve ser levado apenas como uma preferência arbitrária do nosso subjetivo, ou seja, não deve ser entendido como uma preferência que nosso ser busca fazer sem um padrão certo. Quando o gosto é assim entendido, ele se refere mais ao seu conceito puro, não com o universo no qual se forma. Nosso julgamento estético decide o que preferimos em função do que somos, nossas experiências e tudo aquilo que consideramos como “eu”.Essa subjetividade está mais ligada em conhecer certas características próprias de cada objeto (em relação ao objeto estético). “Ter gosto é ter capacidade de julgamentos sem preconceitos.”, “Gosto é a comunicação do ‘observador’ com a obra, além do saber e da técnica.” É deixar que cada uma das obras vá formando o nosso gosto, modificando-o. Se ficarmos nos limitando à determinado tipo de obra, não vamos criar um senso crítico, pois nosso gosto nunca será ampliado e sempre será designado àquilo. Quanto mais obras formos observando e apreciando, mais culto será nosso gosto, e nossa subjetividade mais universal.
O conceito de gosto não deve ser encarado como uma preferência arbitrárias e imperiosa da nossa subjetividade. Quando o gosto é entendido dessa forma, ele refere-se mais a si mesmo do que ao mundo dentro do qual ele se forma, e esse tipo de julgamento estético decide o que prefiro em virtude do que sou. Passo a ser a medida absoluta de tudo (aquilo de que eu gosto é bom e aquilo de que eu não gosto é ruim), e essa atitude só pode levar ao dogmatismo e ao preconceito.
A subjetividade em relação ao objeto estético precisa estar mais interessada em conhecer, entregando-se às particularidades de cada objeto, do que em preferir. Nesse sentido, ter gosto é ter capacidade de julgamento sem preconceitos. É a própria presença da obra de arte que forma o gosto: torna-nos disponíveis, supera as particularidades