Gonorreia
Gonorrhea
A gonorréia é uma infecção bacteriana frequente, causada pela Neisseria gonorrhoeae, um diplococo Gram-negativo de transmissão quase que exclusiva através de contato sexual ou perinatal. Primariamente afeta membranas mucosas do trato genital inferior, e mais raramente, as mucosas do reto, orofaringe e conjuntiva. A infecção genital ascendente na mulher leva a uma complicação séria, a salpingite aguda, uma das principais causas de infertilidade feminina. A partir dos anos 90, deu-se início a um novo tempo no que se refere a descobertas sobre a patogenia da gonorréia e seu agente etiológico. O controle da gonorréia tem sido difícil na maioria das populações, e essa permanece um exemplo da influência que os fatores sociais, comportamentais e demográficos exercem na epidemiologia de uma doença infecciosa. O manejo da gonorréia e de outras doenças sexualmente transmissíveis requer tanto o tratamento do paciente e de seu parceiro sexual como medidas de saúde pública para interromper a transmissão da infecção e evitar complicações a longo prazo.
A Neisseria gonorrheae é um diplococo Gram-negativo, não flagelado, não formador de esporos, encapsulado, anaeróbio facultativo, com diâmetro entre 0,6 a 1,06µ. Na bacterioscopia corada pelo Gram, apresenta-se como duas estruturas reniformes justapostas, espalhadas pela concavidade e aproximadas pela extremidade, quase sempre agrupadas em massa no espaço extracelular e/ou no citoplamados polimorfonucleares abundantes. O gênero Neisseria apresenta cerca de 10 espécies saprófitas ou patogênicas ao homem, sendo a Neisseria gonorrhoeae, N. meningitidis, N. pharyngis e a N. catarrhalis as mais importantes.
A diferenciação das espécies pode ser feita através da oxidação dos açúcares. A N. Gonorroheae oxida a glicose mas não a maltose, sacarose ou lactose.
O ágar-chocolate constitui meio de cultura satisfatório quando enriquecido com glicose e outros suplementos. O gonococo possui envelope celular composto de