Golpes militares da América Latina
Golpes militares da América Latina no pós 59 (ano da Revolução Cubana) foram uma aula do jeito peculiar dos Liberais em demonstrar amor pela democracia.
Governos democraticamente eleitos, constitucionais, legais (e legalistas) e nada revolucionários foram simplesmente expelidos, seus adeptos perseguidos, esfolados, presos, muitos deles torturados, mortos e expulsos do país.
E tudo isso pelo simples fato de quererem realizar algumas reformas econômicas e sociais que estabelecessem um mínimo de decência no sistema de distribuição de renda e bens neste país.
Só mesmo um paspalho desmiolado para conseguir acreditar na absurda e patética teoria da articulação de um processo de cubanização da pátria. Ou só mesmo sujeitos (e madames) profundamente tarados por golpes.
Vivia-se um momento no país em que mesmo um espirro do Jango era apresentado como ensaio de uma guerra bacteriológica para inocular o germe do comunismo na alma da ralé inocente.
Na verdade, as elites não queriam permitir a perda de um milímetro de seu poder. Por isso era preciso dar um golpe.
Mas é preciso esclarecer que o golpe de 64 não foi realizado e articulado apenas por militares. Ele foi concebido e arquitetado fundamentalmente por Liberais.
E em todas as situações nos deparamos com a mesma conversa fiada, com o mesmo papo furado, com o mesmo discurso engana-trouxa: ” – Ah, nós, a burguesia nacional, portadora-mor dos nobres e supremos valores cristãos e do espírito racional, estávamos morrendo de medinha de um possível golpe comunista, de ter que entregar nossas mulheres (esposa, filhas, amantes etc.) para os seguidores barbudos do Fidel. Estávamos apavorados, quase fazendo nas calças, quando, eis que então, surgiu a idéia de uma revolução redentora, para restaurar a Democracia no país e para fazer com que a Nação se reencontrasse com os singelos e sagrados ideais da religião (A Verdadeira e única de Deus), da família (branca) e da ordem (das elites).”