Glândula do Sal: ocorrência e a sua importância fisiológica
A água é uma molécula vital para a sobrevivência de todos os seres vivos do nosso planeta. As suas propriedades físicas e químicas foram extremamente importantes no processo que deu origem à vida. Esta molécula é fundamental pois está envolvida em quase todos os processos bioquímicos e fisiológicos dos seres vivos. Assim, a osmorregulação toma um papel de elevada relevância na sobrevivência dos animais. Ou seja, estes têm que possuir processos de controlo do meio no qual as suas células se encontram. Outro aspeto muito importante que tem que ser regulado, e que está intimamente ligado à osmorregulação, é o controlo das concentrações dos solutos nos diferentes compartimentos do organismo [Randall, 1998].
Existem animais em que as concentrações osmóticas dos seus fluídos corporais estão em equilíbrio, ou perto disso, com o meio envolvente; estes animais são denominados de osmoconformistas. Estes animais não controlam ativamente a sua osmolaridade estando sujeitos às variações do meio. Por outro lado encontramos os animais osmorreguladores nos quais o meio intracelular possui concentrações iónicas muito diferentes do meio onde estes vivem. Estes animais tiveram que desenvolver formas de controlar a quantidade de água e solutos nos seus fluidos corporais [Prosser, 1991]; [Randall, 1998].
A osmorregulação é principalmente realizada pela superfície corporal, pelo sistema excretor e pelo trato gastrointestinal. Mas existem alguns vertebrados que
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possuem diferentes órgãos que realizam a osmorregulação. Um desses órgãos é a Glândula do Sal [Prosser, 1991].
Glândula do Sal
Em alguns ambientes existe água disponível mas esta apresenta grandes quantidades de sal na sua composição. Como alguns animais possuem um limite de excreção de solutos via renal insuficiente para as suas necessidades tiveram que encontrar uma alternativa. Para alguns animais, nomeadamente aves marinhas, répteis e os elasmobrânquios (tubarões, raias…) a alternativa foi a glândula de sal