Gloria ou perdição?
Glória ou perdição, eis a questão
Pedro e Lucas eram amigos de muito tempo. Sempre se deram bem, tanto na infância, quanto na adolescência. Ainda que não compartilhassem as mesmas ideias.
Lucas era descompromissado, e gostava de viver um dia após o outro. Ouvia rock and roll e curtia todas as festas que a bela noite da não menos bela Florianópolis lhe oferecia. Não fazia planos para o futuro, "deixa eu viver minha loucura", era o que retrucava a Pedro quando o criticava por seu jeito de levar a vida. Pedro era totalmente o contrário de Lucas, queria mesmo era estudar, ser doutor, sair do Brasil para conquistar o mundo. Viver com a cabeça mergulhada em livros era o seu hobbie. Chegou ao ensino médio, à universidade, e ao topo de uma carreira brilhante de uma vida superficial. O sucesso não lhe trazia a felicidade. Mas não assumia isso a ninguém, ainda que não precisasse. Suas expressões, ou a falta delas, era o que revelava o estresse de sua alma. De vez em quando até chorava baixinho, escondido, para não sujar sua imagem.
Ao olhar abatido de um Pedro já cansado, infeliz era Lucas. Engano dele. Lucas era quem vivia bem, que, por não ter planejado nada para o futuro, era livre das frustrações da vida. Tocava violão em alguns bares, de vez em quando. Ganhava o dinheiro suficiente para pagar um aluguel e uma refeição razoável. Quando os dois bons amigos se encontravam, ainda existia a velha conexão de seus cérebros heterogêneos. A conversa ainda fluía. Cada um sabia muito bem da vida do outro.
Lucas era a única pessoa para qual Pedro se queixava da solidão. Para Pedro, Lucas era um vagabundo, que por sua vez achava Pedro a pessoa mais careta e insegura do mundo. O amigo "descabeçado" sempre finalizava a discussão dizendo-o que todos nos caminhos são iguais, o que leva à glória ou à perdição.
ANEXO 1 - LETRA ORIGINAL DA MÚSICA
Meu amigo Pedro - Raul Seixas
Muitas vezes Pedro você fala
Sempre a se queixar