Globalização
Por Tatiana Castro em 16/10/2007 na edição 455
A comunicação é um processo social de produção e partilhamento de sentidos através da materialização de formas simbólicas. Ela não surgiu por ocasião do desenvolvimento dos meios de comunicação, a partir da criação da TV ou da internet – ela existe desde os primórdios da civilização. A modernidade, portanto, não inventou a comunicação, e sim complexificou um processo tido antes como natural.
Para traçar um paralelo entre desenvolvimento social e o padrão de transmissão de valores pela mídia é preciso primeiramente discorrer sobre o surgimento da sociedade de massa. Durante o século 19, a Europa e os EUA começaram a sofrer profundas transformações. A partir de então, surgiram estudos sociológicos sobre a sociedade moderna. As grandes massas populacionais começaram a se dirigir aos chamados espaços urbanos. Essas mudanças levaram ao aparecimento das associações, dos sindicatos e também à especialização de tarefas, da cultura e dos papéis sociais. O vazio deixado pelas instituições tradicionais, agora inoperantes – como a Igreja, a escola e a família – foi sendo substituído pelos meios de comunicação. Surgem, assim, os conceitos de homem-massa e de sociedade de massa.
Vive-se hoje na chamada era da globalização e, conseqüentemente, da informação. As distâncias se encurtaram, as relações políticas, econômicas e culturais foram facilitadas. A área da tecnologia da informação avança a cada dia, e a passos largos. Graças a essa rapidez da informação nos tornamos integrantes da chamada "aldeia global".
O agenda-setting
Segundo Milton Santos, em seu livro Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, a globalização que existe hoje é uma fábula. Se a era é a da informação, difundida amplamente e através dos diversos meios de comunicação, a era deveria ser também a do conhecimento. É neste âmbito, portanto, que se insere a relação entre comunicação e poder