Freud chamou a enerÉia vital de libido, termo originário de libere, do latim, que significa "ter vontade de", "aquilo que dá prazet, desejo, ân- sia, saudades". Para ele, libido e energia do instinto sexual são sinônimas. Seu ponto de vista é mecânico. A ener§ia vital aparece de várias for- mas e em várias situações, mas a qualidade dos fenômenos é sempre a mesma: de natureza sexual. Considerando, de acordo com a visão mecânica, que um efeito está sempre ligado a uma causa, Freud buscava a explicação das manifestações das neuroses sempre nos conflitos sexuais reprimidos do passado, na infância. Para libertar a energiia vital de uma definição muito estreita, Jun§ baseou-se no conceito de energia da física. De início, como Freud, ele em- pregava o termo libido para designá-la. Posteriormente, passou a chamar a energia vital simplesmente de energia psíquica' Assim como calor,luz e eletricidade são manifestações díferentes da energia física, fome, Sexo e a§ressividade seriam expressões variadas da energia psíquica. Jun§ não concordava em utilizar um único impulso es- pecífico - o sexual - para definir a ener§ia psíquica. Para ele, a dinâ- mica sexual é somente uma das instâncias particulares na totalidade do campo da psique: Como todos os impulsos e automatismos apresentam o desejo e a compulsão, ou seja, a impulsividade como característica específica, e uma yez que se conhece muito pouco a respeito da natureza dos instintos huma- nos e de sua dinâmica psíquica, [...] seria praticamente impossível derivar toda a massa de fenômenos psíquicos de um único instinto ou arriscar a prioridade de um deles.