Globalização e educação: o processo de bolonha na implementação do espaço europeu de ensino superior
Introdução
Atualmente, num mundo globalizado em constante mutação, a União Europeia
(UE) confronta-se com novos desafios, como a crise financeira, o desemprego, o envelhecimento da população, entre outros. Para que a UE consiga responder a novas e acrescidas exigências, deve considerar o ensino superior como um dos elementos fundamentais para superar as dificuldades atuais (Budapest-Vienna Ministerial
Conference, 2010).
Sistemas fortes e responsáveis de ensino superior promovem diplomados criativos, inovadores, críticos e responsáveis, necessários para o crescimento económico e sustentável de sociedades democráticas (Budapest-Vienna Ministerial
Conference, 2010). Neste contexto, em 1999, com a Declaração de Bolonha, oficializou-se o Processo de Bolonha, visando a criação, até 2010, de um Espaço
Europeu de Ensino Superior (EEES) globalmente harmonizado (Bologna Declaration,
1999). Apesar de os países subscritores continuarem a definir e a organizar os seus sistemas educativos e a estruturar as suas redes de investigação, cabe à UE promover a cooperação entre eles, procurando definir políticas comuns e diretivas fundamentais para a afirmação e consciência de uma cidadania europeia (Reis & Camacho, 2009).
Contudo, a implementação do EEES é um processo complexo (Veiga & Amaral,
2011). Por um lado, insere-se num amplo projeto europeu que pressupõe a reorganização das políticas educativas (Dale, 2007, citado por Veiga & Amaral, 2011,
p. 30) e, por outro, “assume-se como um processo continuado e de adaptação”
(Pressman, 1984, citado por Veiga & Amaral, 2011, p. 30).
O presente trabalho consiste na revisão de literatura existente sobre o Processo de Bolonha e o seu papel na implementação do EEES, refletindo acerca das principais mudanças ocorridas no paradigma educativo. Este trabalho insere-se na Unidade
Curricular de História e Políticas