Globalização no século XXI
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A nova globalização capitalista parecia fadada a implantar o mundo pós-industrial, da informação e da pax americana, particularmente após a União Soviética sucumbir a seus defeitos. A industrialização estaria com os dias contados. Quem não ingressasse no mercado mundial dos serviços estaria condenado a afundar sob o peso do atraso. E quem não obedecesse aos centros financeiros globais não teria créditos para realizar o comércio internacional. O mercado seria comandado pela potência unipolar e pelas corporações transnacionais. No entanto, o que ocorreu estava mais de acordo com as previsões de Karl Marx do que com os delírios neoliberais. Marx previra que a natureza da reprodução ampliada do capitalismo o levaria a expandir-se por todo o planeta. Antes de esgotar seu papel histórico, de elevar as forças produtivas a um estágio capaz de atender às necessidades de toda a sociedade humana, embora negando à maioria o acesso à riqueza produzida, o capitalismo ainda encontraria condições de desenvolver-se, expandir-se e reproduzir-se. O capitalismo encontrou na fragmentação, segmentação ou re-alocação de suas plantas industriais, na especulação financeira, na re-utilização do trabalho escravo e no tráfico de drogas as principais condições para aumentar sua taxa média de lucro e expandir-se. Por outro lado, cada uma dessas condições trouxe embutidas algumas conseqüências aparentemente inesperadas. A fragmentação, ao transferir setores industriais inteiros dos países desenvolvidos para as regiões periféricas, inverteu a relação que foi predominante durante a globalização imperialista dos séculos 19 e 20. Nesta, o capitalismo transferia elementos de seu modo de produção para países periféricos, mas estes não fabricavam produtos tecnologicamente avançados, nem os exportavam para os países desenvolvidos. Continuavam como exportadores de matérias primas e mercados importadores de produtos industriais. Na globalização atual, vários países periféricos ingressaram