Globalização, neoliberalismo e educação
A reflexão sobre as consequências do processo de globalização e da política neoliberal na educação não é recente, contudo essas consequências foram absorvidas gradadivamente pela socieda como algo normal. Com o advento da globalização, que para muitos se confunde com a era do conhecimento, em uma perspectiva contraditória a educação é tida como o maior recurso de que se dispõe para enfrentar essa nova estruturação do mundo. O processo de globalização implica necessariamente na maior concentração de renda, na exclusão e marginalização total dos países que não tiveram condições de fazer parte deste processo, na dependência mundial das transnacionais e do sistema financeiro.
A educação escolar é solapada pela lógica capitalista e pelos ideais neoliberais, e as as políticas educativas desconsideram as diversidades da sociedade. O neoliberalismo propôs uma mudança no papel do Estado, sustentando que o mercado deveria substituir a política, e quanto a política educacional, a mesma segue a lógica de mercado, restringindo a ação do Estado à garantia da educação básica, e deixando os outros níveis sujeitos as leis de oferta e procura. Essas transformações atingiram profundamente a cultura e a educação.
O neoliberalismo trouxe uma nova forma de se ver a qualidade educacional associando-a aos princípios mercadológicos de produtividade e rentabilidade, introduzindo nas escolas a lógica da concorrência. Esse raciocínio baseia-se na crença de que quanto mais termos "produtivos" se aplicam à educação, mais "produtivo" se torna o sistema educacional ( Gentili, 1994).
A concorrência no mercado trouxe a algumas escolas uma mudança nas suas relações, transformando quem ensina num prestador de serviço, quem aprende no cliente, e a educação num produto a ser produzido com alta ou baixa qualidade. A reflexão sobre as concepções e perspectivas do trabalho docente são mediatizadas pelo sucateamento que a educação vem sofrendo paulatinamente ao longo das décadas, objetivo