Globalizar ou Não Globalização?
Até a pouco tempo, o processo, ainda que perenemente em atividade, não era percebido, e não havia a consciência de sua dimensão e suas conseqüências. Nos nossos dias, a velocidade dos transportes e das comunicações fez explodir o problema, com suas conseqüências benéficas ou maléficas. O novo medicamento que cura doenças antes incuráveis é distribuído em poucos meses nos 5 continentes, a última bolsa de Prada é exposta simultaneamente nas lojas das cidades mais ricas do mundo, a afta epizoótica expande-se rapidamente de um país a outro. Contra a globalização todos protestam, de modo mais ou menos incisivo de acordo com o credo político e o nível cultural. Protesta o filósofo nos debates culturais e protesta o energúmeno nas ruas de Seattle, de Nice, de Roma, e de modo mais amador, na Avenida Paulista. O protesto é confuso: inclui de fato a política econômica dos governos, o neo-liberalismo (outra palavra blasfema), os produtos modificados biologicamente, a poluição, etc.. São talvez causas santas mas, em geral, oportunamente instrumentalizadas. Não se protesta infelizmente contra a ignorância e o egoísmo que tornam possíveis os vários abusos que a globalização comporta.
Estamos nos contradizendo: nós que protestamos, desejamos ser globalizados! Depois da guerra, os italianos,